Por que os cães mordem os cantos das paredes com tanta frequência?
Muitos tutores se assustam ao ver que seus cães insistem em roer os cantos da parede de casa, especialmente em apartamentos ou ambientes fechados. No entanto, esse comportamento não é aleatório. Na maioria dos casos, ele está diretamente relacionado a fatores como estresse, tédio, ansiedade por separação ou desconforto na dentição. Filhotes em fase de troca de dentes ou cães com pouca estimulação mental e física são os mais propensos a desenvolver esse hábito.
Em grandes centros urbanos como São Paulo, onde cães passam longos períodos sozinhos em espaços reduzidos, esse tipo de comportamento é cada vez mais comum. E se não tratado corretamente, tende a se tornar um vício comportamental.
Ignorar o problema pode gerar consequências graves?
Sim. Apesar de parecer inofensivo no início, o hábito de morder paredes pode causar:
- Desgaste e fratura dentária em função da rigidez dos materiais
- Problemas digestivos ao ingerir tinta, cimento ou gesso
- Gastos com manutenção que podem ultrapassar R$ 500 por canto danificado
- Condicionamento comportamental, dificultando a reversão no futuro
O custo médio de reparo de cantos danificados por mordidas no Brasil varia entre R$ 250 e R$ 700, dependendo do tipo de parede, acabamento e necessidade de pintura.
Quais são as causas mais comuns desse comportamento?
Entre os fatores mais frequentes, destacam-se:
- Troca de dentição: filhotes entre 2 e 6 meses de idade sentem coceira e desconforto na gengiva
- Falta de exercício e estimulação: cães que não são passeados regularmente tendem a canalizar energia em comportamentos destrutivos
- Ansiedade de separação: muitos cães ficam estressados quando o tutor sai para trabalhar
- Busca por atenção: cães que recebem reação após o comportamento tendem a repeti-lo
- Reflexo condicionado: em alguns casos, o tutor acaba reforçando o comportamento sem perceber
Especialistas em comportamento animal, como os profissionais do Instituto Pet Brasil, apontam que mais de 60% dos casos de destruição de objetos estão ligados à falta de enriquecimento ambiental.
Como identificar a origem do problema no seu cachorro?
Antes de aplicar soluções, analise os seguintes pontos:
Fator | Como verificar |
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Nível de atividade física | Seu cão faz pelo menos 1 hora de passeio por dia? |
Saúde bucal | Há sinais de gengiva inchada, dentes amarelados ou mau hálito? |
Tempo de solidão | Ele fica mais de 4 horas sozinho sem distrações? |
Padrão do comportamento | As mordidas ocorrem sempre no mesmo horário ou situação? |
Essa análise ajuda a compreender a motivação do cão e direcionar as medidas corretas.
Medidas imediatas que podem ser aplicadas hoje mesmo
Se você deseja resultados rápidos, experimente as seguintes ações:
- Aplicar spray repelente (amargo e não tóxico) nos cantos da parede
- Oferecer brinquedos de mordida como ossos de nylon, mordedores de borracha ou cordas
- Dizer “não” com firmeza no momento da ação e redirecionar a atenção
- Iniciar brincadeiras ou passeios curtos para gastar energia acumulada
Muitas lojas de pet shop no Brasil vendem sprays repelentes por R$ 30 a R$ 60, e brinquedos de mordida variam entre R$ 15 e R$ 80.
Transformações no ambiente que ajudam na prevenção
Ambientes adaptados reduzem drasticamente comportamentos indesejados:
- Instalar protetores de canto (acrílico, EVA ou PVC) para evitar acesso direto
- Montar uma “zona do cão” com brinquedos, tapetes e objetos seguros
- Manter rotinas regulares de alimentação, passeios e estímulos mentais
- Evitar broncas excessivas: ignorar a conduta pode ser mais eficiente
Os protetores de canto custam entre R$ 20 e R$ 50 cada e estão disponíveis em marketplaces como Mercado Livre e Amazon Brasil.
É possível corrigir o comportamento sem ajuda profissional?
Sim. Muitos tutores conseguem ótimos resultados com técnicas simples:
- Treinamento com clicker: associar som + petisco quando o cão ignora o canto da parede
- Recompensas por períodos sem morder: elogiar e recompensar quando o cão se comporta
- Comandos de substituição: como “solta” seguido de “senta” e reforço positivo
Segundo a Associação Brasileira de Adestradores de Cães, sessões de 5 a 10 minutos por dia são suficientes para resultados em até 7 dias.
As estações do ano influenciam esse comportamento?
Sim, especialmente em cidades com variação climática significativa:
- Verão: calor extremo limita os passeios, aumentando o tédio
- Inverno: o frio e o menor tempo de luz reduzem a atividade física
- Estação chuvosa: menos estímulo externo e mais tempo ocioso dentro de casa
Adaptar a rotina conforme o clima é essencial para prevenir excessos de energia acumulada.
Como evitar que o problema volte no futuro?
Mesmo após a correção, o comportamento pode retornar se não houver manutenção:
- Revisar o ambiente periodicamente e eliminar novos estímulos negativos
- Reforçar comportamentos positivos com elogios e recompensas constantes
- Garantir rotina equilibrada com exercícios, descanso e interação
A consistência é o fator-chave. Cães aprendem com repetição e previsibilidade.
Resumo prático: o que fazer agora
Um plano simples que pode ser colocado em prática em 1 minuto:
- Aplicar spray amargo nos cantos problemáticos
- Oferecer 2 brinquedos de mordida variados
- Colocar protetores físicos nos locais mais acessados
- Interromper o comportamento com comando e ignorar
- Fazer uma caminhada ou brincadeira breve diariamente
Com persistência, ambiente adequado e reforço positivo, é possível eliminar o hábito em poucas semanas.
Nota: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui o acompanhamento de um médico veterinário ou especialista em comportamento animal. Em casos persistentes, recomenda-se buscar orientação profissional.