Revestimento da panela soltando: isso faz mal para a saúde?

O problema que passa despercebido na maioria das cozinhas

As panelas com revestimento antiaderente são extremamente populares nas casas brasileiras, principalmente as feitas com Teflon ou cerâmica. Contudo, com o uso contínuo, limpeza incorreta ou superaquecimento, é comum que esse revestimento comece a soltar. Muitas pessoas continuam usando o utensílio mesmo assim, sem perceber que podem estar expostas a riscos químicos que afetam sua saúde.

O que compõe o revestimento antiaderente?

A maioria das panelas antiaderentes possui uma camada de Politetrafluoretileno (PTFE), comercialmente conhecido como Teflon. Esse material é eficaz contra aderência e tolera altas temperaturas. No entanto, acima de 260 °C, o PTFE começa a se degradar e libera gases que podem ser tóxicos. Modelos mais antigos, especialmente os fabricados antes de 2013, podem ainda conter PFOA (Ácido Perfluorooctanoico), substância ligada a riscos como câncer, alterações hormonais e efeitos no fígado.

Inalar ou ingerir pedaços de revestimento: o que é pior?

Se pequenos pedaços do revestimento se misturam à comida, eles geralmente são expelidos pelo organismo sem serem absorvidos. Mas o maior perigo está na inalação dos gases tóxicos liberados pelo Teflon ao ser superaquecido. Esses vapores podem causar sintomas como dor de cabeça, tontura, náusea ou irritação nas vias respiratórias. A exposição frequente em ambientes mal ventilados pode agravar esses efeitos.

O que fazer se o revestimento estiver saindo?

Assim que notar qualquer dano ao revestimento da panela, adote as seguintes medidas:

  • Pare de usar imediatamente se o metal estiver exposto
  • Verifique se ainda está na garantia e contate o fabricante
  • Evite usar palha de aço ou esponjas abrasivas
  • Prefira utensílios de silicone ou madeira ao cozinhar
  • Não utilize fogo alto com panelas danificadas

Tomar essas precauções é essencial para evitar exposição a substâncias tóxicas durante o preparo de alimentos.

Exemplo real: quando a negligência vira problema

Luciana, 41 anos, moradora de Belo Horizonte, continuou usando sua panela antiga mesmo depois de notar o revestimento descascando. Meses depois, começou a ter enjoos frequentes e sensação de ardência no nariz ao cozinhar. Após trocar o utensílio por uma frigideira de cerâmica, os sintomas cessaram. Isso mostra como exposições contínuas, mesmo sutis, podem comprometer o bem-estar a longo prazo.

“Só está um pouco riscada. Ainda posso usar?”

Essa dúvida é comum. A resposta é direta: se for para cozinhar com fogo alto, não é seguro. Em preparos com temperaturas elevadas — como frituras ou grelhados —, a superfície danificada acelera a liberação de vapores tóxicos. Para aquecer líquidos ou ferver água, o risco é menor, mas não vale a pena arriscar a saúde. O melhor é descartar o utensílio comprometido.

Quando devo trocar a panela antiaderente?

Em média, uma panela antiaderente deve ser substituída a cada 1 a 2 anos, dependendo da frequência de uso e dos cuidados. Veja abaixo sinais de que a troca é urgente:

SintomaIndício de troca necessária
Arranhões visíveisO fundo metálico está exposto
Comida grudandoMesmo com óleo, os alimentos aderem
Pedaços escuros na comidaFragmentos do revestimento aparecem nas refeições
Mau cheiro ou fumaçaExala fumaça incomum mesmo em fogo baixo

Identificou qualquer um desses sinais? Substitua o utensílio o quanto antes.

Alternativas mais saudáveis e duráveis

Se você busca segurança e durabilidade, estas opções são mais recomendadas:

  • Panelas de cerâmica ou ferro fundido: livres de substâncias tóxicas
  • Modelos com selo “livre de PFOA e PFOS”
  • Produtos com resistência a temperaturas acima de 300 °C
  • Panelas que permitem reaplicação de revestimento (algumas marcas oferecem o serviço)

Apesar de mais caras, essas alternativas representam um investimento em saúde e sustentabilidade.

Erros comuns no uso de panelas antiaderentes

Evite estas falhas que podem comprometer a segurança e reduzir a vida útil do utensílio:

  • Guardar com umidade → causa ferrugem e contaminação
  • Usar utensílios de plástico em fogo alto → risco de derretimento e liberação de resíduos
  • Não enxaguar corretamente o detergente
  • Empilhar panelas sem proteção → aumenta risco de riscos e descascamento

Esses erros são comuns, mas podem acelerar o desgaste do revestimento e aumentar a exposição a compostos indesejáveis.

Resumo: cozinhar com segurança depende da escolha dos utensílios

Para manter sua cozinha saudável:

  • Não utilize panelas com revestimento danificado
  • Troque os utensílios a cada 12–24 meses
  • Escolha produtos com materiais certificados e livres de tóxicos
  • Siga boas práticas de limpeza e armazenamento

Saúde na cozinha começa com escolhas conscientes.

Consideração final: panela é item de uso temporário

Não importa o quão cara ou bonita seja uma panela: ela é um item consumível. Saber quando substituir e cuidar corretamente faz toda a diferença para proteger a saúde da sua família e garantir uma alimentação segura todos os dias.