Um brinquedo bonito pode esconder riscos sérios
Muitos pais escolhem brinquedos com base na aparência, marca ou preço. No entanto, a segurança deve sempre vir em primeiro lugar, especialmente quando se trata de bebês. Nessa fase, os objetos são constantemente levados à boca, jogados no chão ou mordidos. Isso aumenta o risco de engasgo, intoxicação ou ferimentos. No Brasil, o Inmetro e a Anvisa registram ocorrências anuais relacionadas a brinquedos com defeitos estruturais ou materiais perigosos.
Certificações obrigatórias: quais selos procurar?
No Brasil, todo brinquedo vendido legalmente deve possuir o Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro. Este selo garante que o produto passou por testes físicos, mecânicos e químicos. Importados também podem apresentar selos como CE (Europa) ou ASTM (EUA), mas o do Inmetro é essencial para o mercado brasileiro.
- Inmetro: obrigatório para brinquedos vendidos no Brasil; comprova testes de segurança
- CE: atesta conformidade com normas europeias
- ASTM F963: norma americana para brinquedos, cobre riscos químicos e estruturais
Ao comprar online, certifique-se de que o selo do Inmetro está visível nas fotos do produto ou na descrição. Em lojas físicas, o selo deve estar presente na embalagem ou no próprio brinquedo.
Peças pequenas podem ser fatais: atenção ao aviso de idade
Brinquedos com peças pequenas (menos de 3 cm de diâmetro) representam risco real de asfixia. Muitos acidentes graves acontecem porque a criança engole ou inala partes soltas ou facilmente destacáveis.
Aviso comum | Significado |
---|---|
“Não recomendado para menores de 3 anos” | O brinquedo pode conter peças pequenas ou destacáveis |
Brinquedos com formato de alimento | Podem ser confundidos com comida real e levados à boca |
O ideal é testar manualmente se alguma peça pode se soltar ou quebrar com mordidas ou quedas. Se sim, o brinquedo não é seguro para bebês.
Composição química: você sabe o que está no plástico?
Alguns brinquedos podem conter ftalatos, chumbo, cádmio ou formaldeído, substâncias que oferecem riscos à saúde quando em contato com a saliva ou pele. Bebês são especialmente vulneráveis a esses compostos, que podem causar alergias, problemas neurológicos e desequilíbrios hormonais.
- Ftalatos: encontrados em plásticos flexíveis; disruptores endócrinos
- Chumbo: altamente tóxico, pode estar presente em tintas ou revestimentos
- Cádmio: metal pesado; afeta rins e sistema nervoso
Brinquedos com cheiro forte de plástico ou sem origem clara devem ser evitados. Produtos certificados são obrigados a seguir limites seguros dessas substâncias.
Brinquedo resistente ou perigoso? Avalie a estrutura
Mesmo brinquedos que parecem firmes podem se quebrar facilmente, soltando partes pontiagudas ou perigosas. Isso ocorre com plásticos frágeis, costuras mal feitas ou componentes colados com pouca fixação.
- Verifique se há bordas cortantes ou rebarbas
- Teste o brinquedo com leve pressão ou queda para ver se se rompe
- Dê preferência a modelos de uma peça só ou com montagem robusta
A durabilidade e a integridade do brinquedo são fundamentais para evitar acidentes.
Sons e luzes: estímulo saudável ou excesso?
Brinquedos com som e luz são atrativos para bebês, mas volume excessivo ou luzes piscantes podem causar sobrecarga sensorial. O limite seguro de ruído para brinquedos infantis é de 85 dB.
Opte por brinquedos com controle de volume, luz suave e desligamento automático. Evite produtos com LEDs intermitentes rápidos, que podem provocar desconforto visual ou até convulsões em casos sensíveis.
Indicação de idade: não ignore esse detalhe
A indicação de faixa etária não é uma sugestão, mas sim um critério de segurança. Um brinquedo rotulado como “3+” pode conter peças perigosas ou exigir habilidades motoras incompatíveis com a idade do bebê.
Prefira sempre brinquedos com indicação clara como “0+ meses”, “6 a 12 meses”, etc. Isso garante que foram testados para aquele estágio de desenvolvimento.
Compras online: checklist antes de finalizar o pedido
Comprar pela internet exige cuidado redobrado. Veja o que deve ser observado:
- O brinquedo exibe selo do Inmetro?
- Há fotos reais e detalhadas do produto?
- A descrição informa materiais e idade recomendada?
- O preço parece irreal? Desconfie de valores muito baixos
Evite lojas sem reputação, vendedores não verificados e plataformas informais. Brinquedos falsificados são comuns e quase nunca seguem normas de segurança.
Brinquedos usados: vantagem econômica com risco embutido
Brinquedos de segunda mão podem ser acessíveis e sustentáveis, mas podem conter danos invisíveis ou não atender normas atuais. Borrachas ressecadas, peças faltantes ou soldas rompidas aumentam o risco de acidentes.
- Inspecione visualmente toda a superfície
- Verifique se há cheiro estranho, mofo ou corrosão
- Desinfete com produtos adequados para bebês
Evite brinquedos antigos de procedência duvidosa, especialmente se não possuem mais selo de conformidade visível.
Consulta de recall: onde verificar brinquedos inseguros?
O Inmetro e o portal gov.br/procon disponibilizam listas de recalls e alertas de segurança. Além disso, o sistema internacional Safety Gate da União Europeia também identifica produtos infantis com risco comprovado. Verifique se o brinquedo que você recebeu ou comprou aparece nessas listas.
Resumo final: os 5 critérios indispensáveis de segurança
- Presença de selo do Inmetro ou certificações equivalentes
- Ausência de peças pequenas ou destacáveis
- Composição livre de substâncias tóxicas
- Sons e luzes adequados à idade
- Indicação etária compatível e produto sem recall
Brinquedos são parte vital do desenvolvimento infantil. Ao escolher, considere sempre a segurança, qualidade e adequação ao perfil do bebê. Um brinquedo seguro é um investimento na saúde e bem-estar da criança.
※ Este conteúdo é de caráter informativo e não substitui a responsabilidade direta do consumidor.