Por que meu filho sofre tanto ao se separar?
No Brasil, é muito comum ver crianças chorando ou se agarrando aos pais na hora de ir para a creche, escola ou ficar com um cuidador. A ansiedade de separação faz parte do desenvolvimento infantil, mas quando se torna intensa pode impactar a rotina familiar. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 70% dos pais de crianças pequenas já passaram por essa situação. É fundamental saber diferenciar uma fase passageira de um quadro que merece acompanhamento especializado.
Principais causas da ansiedade de separação
A ansiedade de separação surge naturalmente no processo de formação do vínculo afetivo, mas alguns fatores podem intensificá-la:
- Mudanças bruscas na rotina (início na creche, mudança de casa, novos cuidadores)
- Pouca experiência prévia longe dos pais
- Ansiedade dos pais percebida facilmente pelas crianças
- Histórico de doença, acidente ou experiências traumáticas
O quadro é mais frequente entre 1 e 4 anos, sendo sinal de um desenvolvimento emocional saudável na maioria dos casos.
Como identificar ansiedade de separação?
Observe se seu filho apresenta algum destes comportamentos:
- Choro intenso ou crises de birra ao se separar dos pais
- Recusa frequente em ir para a escola, creche ou ficar com outros cuidadores
- Dificuldades para dormir, pesadelos ou xixi na cama
- Dores de barriga ou cabeça sem causa médica
- Irritabilidade, raiva ou comportamentos regressivos (chupar chupeta, falar como bebê)
Esses sinais não são “manha”, mas manifestação real de angústia.
9 estratégias eficazes para lidar com a ansiedade de separação
O segredo está na consistência e tranquilidade emocional dos adultos. Veja recomendações práticas adaptadas à realidade brasileira:
- Antecipe e treine separações curtas: explique o que vai acontecer e comece com intervalos pequenos.
- Despedidas rápidas e positivas: abrace, sorria e se despeça com confiança, evitando prolongar o momento.
- Crie rotinas: repita o mesmo horário e passos ao sair, para que a criança saiba o que esperar.
- Evite demonstrar ansiedade: crianças percebem imediatamente a insegurança dos pais.
- Brinque de “separação” em casa: esconda brinquedos, brinque de esconde-esconde ou incentive a criança a ficar em outro cômodo por alguns minutos.
- Reforce as conquistas: elogie e, se achar adequado, ofereça pequenas recompensas por separações bem-sucedidas.
- Fortaleça o vínculo com outros adultos: envolva avós, professores ou cuidadores de confiança no dia a dia.
- Leia livros sobre separação: títulos como “A Bolsa Amarela” ou “Um Beijo de Boa Noite” ajudam a trabalhar emoções.
- Aumente gradualmente o tempo de separação: comece com minutos e vá aumentando aos poucos.
A postura confiante e tranquila dos pais é fundamental para que a criança supere o processo.
Exemplo prático: superando o primeiro dia na creche
Patrícia, mãe de São Paulo, enfrentava choros diários do filho ao deixá-lo na escola. Ela passou a avisar com antecedência, reduziu a despedida para menos de 10 segundos e entregava o menino diretamente para a professora. Em cerca de duas semanas, o filho já se mostrava mais seguro e parou de chorar. Esse caso mostra como consistência e atitude positiva aceleram a adaptação.
Erros comuns dos pais e como evitá-los
Evite atitudes que, mesmo bem-intencionadas, podem piorar a ansiedade:
- Voltar depois de se despedir ou demorar para sair
- Prometer coisas incertas (“Volto rapidinho!”) ou demonstrar tristeza
- Comparar com irmãos, brigar ou minimizar o sofrimento
- Ignorar sinais de sofrimento ou, ao contrário, superproteger
Esses comportamentos podem prolongar ou intensificar o sofrimento da criança.
Quando buscar ajuda profissional?
A ansiedade de separação geralmente diminui com o tempo. No entanto, procure um especialista se seu filho:
- Apresenta ansiedade extrema em diferentes situações, não só nas separações
- Mostra sintomas físicos frequentes sem explicação médica
- O problema dura mais de três meses ou prejudica muito sua rotina
No Brasil, é possível buscar apoio em postos de saúde, com psicólogos ou em redes de assistência social municipais.
Prevenção: fortalecendo autonomia e confiança
Separações regulares e controladas ajudam a criança a construir confiança:
- Estimule brincadeiras independentes enquanto realiza tarefas domésticas
- Deixe a criança sob cuidado de familiares ou amigos de confiança por períodos curtos
- Pratique despedidas em espaços como parques ou na casa de conhecidos
- Converse sobre suas saídas e explique que sempre irá voltar
A repetição de experiências positivas fortalece o emocional infantil.
FAQ: dúvidas frequentes dos pais brasileiros
- Em que idade a ansiedade de separação é mais comum?
Entre 1 e 4 anos, diminuindo geralmente com a entrada no ensino fundamental. - O que fazer se meu filho tem ansiedade muito intensa?
Procure um psicólogo ou orientação nos serviços públicos de saúde e assistência social. - Onde encontrar apoio no Brasil?
Postos de saúde, CAPS, CRAS e grupos de pais são boas opções para acolhimento e orientação.
Resumo: confiança dos pais é essencial para superar a ansiedade
A ansiedade de separação faz parte do desenvolvimento. Manter calma e rotina traz segurança para a criança. Buscar ajuda profissional é sempre um gesto de cuidado.
Este conteúdo tem fins informativos. Se os sintomas forem graves ou persistirem, procure um especialista em desenvolvimento infantil.